quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Evolução humana é mais lenta do que se pensava, afirmam cientistas

Estudo aponta que DNA sofre menos mutação de uma geração para a outra do que se acreditava

AFP

Os seres humanos podem estar evoluindo um terço mais lentamente do que se pensava, revelou um estudo sobre mudanças genéticas feito com duas gerações de famílias. O código genético compreende seis bilhões de nucleotídeos ou blocos de construção de DNA, a metade herdada do pai e a outra metade, da mãe.

Até agora, a teoria convencional entre os cientistas era de que os pais contribuíam, cada um, com 100 a 200 mudanças nestes nucleotídeos. Mas o novo estudo aponta para a ocorrência de muito menos mudanças. Cada pai contribuiria com 30, em média.

"A princípio, a evolução acontece um terço mais lentamente do que se pensava anteriormente", disse Philip Awadalla, da Universidade de Montreal, que conduziu o estudo realizado pelo grupo CARTaGENE. A descoberta se deu a partir de uma análise detalhada dos genomas de duas famílias, cada uma composta de mãe, pai e filhos.

O estudo abre novas perspectivas na área, apesar de o tamanho de sua amostra ser muito pequeno. Se confirmado em maior escala, repercutirá na cronologia evolutiva e mudará a forma como calculamos o número de gerações que separam o 'Homo sapiens' de um antepassado primata, ancestral comum dos símios.

O estudo também mudará o pensamento sobre se as mudanças de DNA são mais propensas de serem transmitidas pelo pai ou pela mãe. A ideia geral é que as alterações de DNA - conhecidas em termos científicos como mutações - são mais provavelmente transmitidas pelo homem.

Isto porque as mutações acontecem durante a divisão celular ou replicação de DNA, e portanto são muito mais possíveis de ocorrer no esperma, que contém milhões de espermatozóides, do que nos óvulos. Em uma das famílias, 92% das mudanças derivaram do pai. Mas na outra família, apenas 36% das mutações vieram do lado paterno. "A taxa de mutação é extremamente variável de indivíduo para indivíduo ou (...) algumas pessoas têm mecanismos que reduzem a probabilidade de mutações", concluiu Awadalla.

Esta variabilidade poderia levar a reconsiderar a previsão de riscos de doenças hereditárias, causadas por genes defeituosos, transmitidos por um ou ambos os pais. Segundo os cientistas, alguns indivíduos podem ter uma doença genética mal diagnosticada se tiverem uma taxa de mutação natural maior do que a taxa de referência.

ISTO É

sábado, 13 de agosto de 2011

A corrida ao fundo do mar

Um grupo de bilionários gasta fortunas para construir submarinos capazes de descer na Fossa das Marianas, o ponto mais profundo dos oceanos

Peter Moon

 divulgação (2), reprodução e Gabriel Bouys/AFP

DISPUTA SUBMARINA
1. O bilionário inglês Richard Branson (à dir. do piloto Chris Welch) mostrou em abril o Virgin Oceanic, submarino de US$ 17 milhões no qual quer descer os 10.911 metros da Fossa das Marianas 2. Ir ao ponto mais fundo do oceano também é a missão do Triton, um submersível de US$ 15 milhões feito numa esfera de vidro 3. Eric Schmidt, o presidente do Google, gasta US$ 40 milhões no Deepsearch, que terá a forma de um torpedo e levará três pessoas ao fundo das Marianas

As últimas fronteiras para a aventura humana parecem estar se esgotando. Alcançar o Polo Sul, no meio da Antártica, não é mais tão exclusivo. Há até corridas que passam por lá. Escalar o Everest, a montanha mais alta do mundo, já virou pacote turístico. As viagens orbitais privadas entraram no roteiro dos milionários, com serviços como o da Virgin Galactic, do magnata britânico Richard Branson. Mas ainda há alguns desafios pendentes. Agora, três dos homens mais ricos e ousados do planeta estão disputando uma corrida inédita rumo a um dos últimos pontos inexplorados da Terra. É o Challenger Deep, o lugar mais fundo dos oceanos. Fica na Fossa das Marianas, um abismo gelado e escuro de 11 quilômetros no Oceano Pacífico, entre o Japão e a Nova Guiné. Na disputa para chegar lá primeiro estão o próprio Branson, além do cineasta canadense James Cameron, de Titanic, e o americano Eric Schmidt, presidente do Google.

A viagem dentro da Fossa das Marianas não é um passeio qualquer. Ali, aonde a luz do sol nunca chega, a temperatura desce até quase zero grau. A pressão da água é de 11 toneladas por centímetro quadrado – equivalente ao peso de dois elefantes africanos concentrado na área de um selo postal. Uma única vez, os humanos se atreveram a desafiar pressão tão esmagadora para fincar uma bandeira no Challenger Deep. Foi em 1960, quando o francês Jacques Piccard e o tenente americano Don Walsh submergiram a bordo do batiscafo Trieste, da Marinha americana. A descida durou cinco horas. Ao tocar o fundo, o Trieste ergueu muito sedimento, tornando a água turva. Piccard e Walsh não conseguiram enxergar nada através da escotilha. Ficaram no local apenas 20 minutos. Ninguém nunca mais voltou.

Agora, Branson quer ser o primeiro. Ele tem experiência em desafios. Depois de lançar grandes astros do rock com a gravadora britânica Virgin nos anos 1970, Branson expandiu o negócio e ganhou fortuna com a companhia de aviação de mesmo nome. Em 2005, criou a Virgin Galactic para oferecer voos orbitais de 15 minutos a passageiros dispostos a pagar US$ 200 mil. Até o momento, 430 milionários já fizeram reserva e aguardam na fila de espera a construção do espaçoporto de Branson, no Estado americano do Novo México. Em abril, Branson apresentou na Califórnia o Virgin Oceanic, um minissubmarino em forma de avião que custou US$ 17 milhões. Foi projetado para levar uma pessoa. O mergulho inaugural está programado para o final do ano, com um piloto profissional. Se o submarino operar com perfeição a grandes profundidades, no início de 2012 será a vez de Branson descer sozinho em duas horas os 11 quilômetros de água até o Challenger Deep, filmando e documentando tudo em 3D e alta definição. A aventura não para aí. Branson quer descer em todos os cinco pontos mais fundos dos cinco oceanos. Além do Challenger Deep, os outros quatro ficam nas fossas de Porto Rico, no Atlântico (8.605 metros); Diamantina, no Índico (8.047 metros); das Ilhas Sandwich do Sul, no oceano austral (7.235 metros); e a Ilha Molloy, no Ártico (5.608 metros). Segundo o jornal The New York Times, depois de conquistar suas façanhas, Branson começará a cobrar US$ 250 mil de qualquer um disposto a descer com um piloto na Fossa das Marianas.

Se Branson já venceu outras corridas, o cineasta Cameron tem vasta experiência em mergulhos ultraprofundos. No início dos anos 1990, durante a produção de Titanic, Cameron usou um minissubmarino russo para descer 4 quilômetros no Atlântico Norte e filmar o transatlântico naufragado. Em 2009, com o sucesso de Avatar, Cameron encomendou a um estaleiro australiano o projeto de um submarino para descer no Challenger s Deep. O projeto está avançado, porém nenhum desenho foi divulgado nem os valores envolvidos. Sabe-se apenas que o submarino terá todos os equipamentos necessários para filmar cenas submarinas em altíssima definição. Cameron diz que o barco servirá para ele se divertir com a família e produzir um documentário. Em Hollywood, comenta-se que Cameron planeja uma sequência submarina para Avatar 2.

De todos os projetos milionários de submarinos bancados por bilionários, o único que parece realmente não ter nenhuma finalidade comercial é o Deepsearch, de Eric Schmidt. Dono de US$ 6,3 bilhões, ele parece seguir a trilha dos magnatas americanos do fim do século XIX. Alguns usavam parte da fortuna para criar universidades, teatros e museus. Schmidt está desembolsando US$ 40 milhões para projetar e construir o Deepsearch, o maior e mais sofisticado barco desta nova geração de minissubmarinos. Com o formato de um torpedo, terá espaço de sobra para transportar três pesquisadores e toda a parafernália científica de que precisarem para explorar o fundo do mar. O Deepsearch é um projeto da oceanógrafa americana Sylvia Earle, mundialmente conhecida por sua luta pela defesa do meio ambiente marinho. O dinheiro de Schmidt também será usado para construir um navio de apoio ao Deepsearch, cuja finalidade não será nem turismo nem lazer, mas ciência. Ou talvez um dia o Challenger Deep apareça no Google Street View, serviço que mostra imagens reais de lugares da Terra.

Há ainda um quarto competidor. Na Flórida, a empresa Triton Subs está projetando um submarino de design espacial, o Triton 36.000. O desafio tecnológico é modelar uma esfera de vidro ultraespesso e hiper-resistente de 4,1 metros de diâmetro, que leve em segurança três pessoas – um piloto e dois passageiros – até o Challenger Deep. A Triton Subs diz em seu site já ter fechado a venda de duas unidades por US$ 15 milhões cada uma. Os compradores são dois bilionários, cujas identidades não foram reveladas. Um deles deverá usar o veículo para o próprio lazer. O outro vai vender passagens. Cada assento custará US$ 250 mil, mesmo preço do Virgin Oceanic. Quem está na fila para o voo orbital em 2012 já tem um novo programa para as férias seguintes.

Gerson Mora

Gerson Mora

 

Revista ÉPOCA – Ciência e Tecnologia

A melhor pegada ecológica

Teresa Perosa

Divulgação

O designer Mário Pereira, de 39 anos, queria ser voluntário em um projeto social para melhorar a vida das pessoas de sua cidade, Novo Hamburgo, a 45 quilômetros de Porto Alegre. Em 2000, Pereira fez como a maioria de nós quando quer ser solidária: começou a arrecadar brinquedos e roupas para doar em ocasiões especiais, como o Dia das Crianças e o Natal. Quem ganhava os brinquedos eram crianças da Vila Getúlio Vargas, um bairro da periferia de Novo Hamburgo.

As doações evoluíram. Incorporaram a distribuição mensal de um sopão para pessoas da comunidade e aulas de futebol para a criançada. Mas Pereira e um grupo de amigos envolvido nas atividades perceberam que a iniciativa não era suficiente para fazer diferença na vida daquelas pessoas. Um dos garotos, com quem Pereira jogava bola na escolinha de futebol, foi preso. Ele havia matado um empresário em uma tentativa de assalto. “Descobrimos que ele estava viciado em drogas e, para sustentar o vício, começou a roubar”, diz Pereira. “Entendemos que só dar comida e roupa não melhoraria a vida deles. A gente tinha de tirar aquela molecada da rua e colocá-la sob uma estrutura que ensinasse coisas boas.”

A estrutura pensada por Pereira e seus amigos tomou a forma de uma organização não governamental, o Instituto Villaget, criado em 2004. Lá, jovens entre 14 e 18 anos encontram atividades para mantê-los longe das ruas, como aulas de dança e teatro. Mas o principal objetivo do Instituto Villaget vai além de oferecer opções de recreação. O núcleo conta com um centro de capacitação para ensinar aos jovens uma profissão. “A ideia é que, ao aprender uma profissão, eles terão o rumo da vida em suas mãos”, diz Pereira. Como a fabricação de calçados sustenta parte importante da economia de Novo Hamburgo, o Instituto Villaget decidiu preparar os jovens para trabalhar nessa área. Lá, eles aprendem a desenhar e fabricar calçados. Assim, ao deixar a ONG, têm qualificação para encontrar emprego facilmente no mercado de trabalho da região. Cerca de 60 jovens já passaram pelo curso do Villaget.

As aulas são diárias. Nelas, os adolescentes aprendem todo o processo de fabricação de calçados, do corte e costura à montagem do produto. O curso dura quatro anos. Quando formados, os jovens podem fazer parte da cooperativa montada por alunos que já deixaram o Villaget, chamada Cooperget. A cooperativa, que fabrica calçados, mochilas e carteiras, foi formada há um ano e meio por sete jovens. A produção é vendida em Novo Hamburgo, Porto Alegre, São Paulo e Vitória. Por mês, são fabricados cerca de 200 pares de tênis e 50 mochilas, que chegam às lojas custando R$ 44,90 e R$ 39,90 respectivamente.

Ricardo Jaeger/ÉPOCA

NA MODA
O designer gaúcho Mário Pereira, ao centro, e os integrantes da Cooperget. Eles usam materiais reciclados para produzir tênis

A produção deverá aumentar em breve porque a Cooperget fechou novas parcerias na feira mais importante do setor calçadista no país, a Francal, realizada em junho, em São Paulo. Os jovens viajaram para expor a marca. “Eu nunca tinha andado de avião”, diz Indiara Martins, de 19 anos, uma das integrantes da cooperativa. “Parece pequeno para quem olha de fora, mas a gente vê quanto o projeto cresceu. É muito empolgante pensar que estou participando disso tudo.” Indiara começou na produção da Cooperget e agora já cuida da contabilidade: entrada de capital, controle de custos e pagamentos. Os salários dos integrantes variam entre R$ 300 e R$ 600, dependendo de quanto tempo cada um tem na cooperativa.

Atentos às necessidades do mercado, os jovens perceberam que investir no uso de materiais reciclados seria uma maneira de baratear os custos e de atrair a atenção de um público cada vez mais exigente com a conservação do planeta. Os jovens da Cooperget aproveitaram a experiência de Pereira, que em seu próprio trabalho produz tênis com materiais ecologicamente corretos, para fazer o mesmo com os produtos da marca. Os tênis e as mochilas são fabricados com lona reciclada, feita a partir das sobras de tecido de confecções, e lona de PET, feita com garrafas de plástico. Outros materiais entram também na produção de carteiras e capas para laptop, como vários tipos de laminados. Alguns são feitos com couro, madeira ou borracha natural e biodegradável, produzida com látex da seringueira.

A Cooperget tem planos para aumentar sua produção e levar a experiência para outras comunidades carentes. Dois novos polos de produção deverão ser abertos, ambos em Novo Hamburgo: um com jovens de baixa renda do bairro Santo Afonso e o outro com mulheres desempregadas da Associação Reciclando. “O objetivo da ONG é justamente este: formar líderes empreendedores e promover o desenvolvimento social”, diz Pereira. Para Paulo César Model, consultor técnico do Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos, em Novo Hamburgo, que conhece há cinco anos o trabalho da ONG, o sucesso do projeto é sem precedentes na região. “Muitos desses guris estariam na marginalidade se não fosse o Villaget.”

Revista ÉPOCA – Ciência e Tecnologia

O computador pessoal, ou PC, completa 30 anos

   Divulgação

BALZAQUIANO
O computador completa 30 anos. Logo que nasceu ele era 32 mil vezes menos potente que um iPhone 4 hoje. Muito mudou de lá para cá

Nesta sexta-feira (12), o computador de mesa, popularmente conhecido como PC, completa seu 30º aniversário. Há exatos 30 anos, o primeiro computador pessoal era utilizado. Desde então, muito mudou, o PC praticamente deu espaço para os tablets e laptops, mas não deixa de ter sido o precursor e revolucionador da informática. O primeiro PC, da IBM, tinha memória RAM de 16KB apenas - um iPhone 4, hoje, tem capacidade 32 mil vezes superior -, não tinha disco rígido e vinha sem a tela.

Foi em 12 de agosto de 1981 que a IBM divulgou, no hotel Waldorf Astoria de Nova York, o famoso 5150 PC, que representou uma mudança de paradigma no setor ao se projetado em um tempo recorde graças ao uso de componentes de diferentes companhias. A necessidade de se adiantar frente a rivais como Apple, que estrearam seus protótipos nos anos 1970, levou a IBM apostar por tercerizar os sistemas a empresas como Intel e Microsoft, em vez de investir em seu desenvolvimento. Um modelo de fabricação que foi padronizado a partir de então.

A versão básica do primeiro PC (personal computer) chegou no mercado custando US$ 1.565. Em 1982, um ano depois do lançamento do PC, a Compaq (então Texas Instruments) apresentou o primeiro computador portátil, que também utilizou processadores da Intel e software da Microsoft, e que em apenas 12 meses vendeu 53 mil unidades, cada uma pesando 13 quilos.

O plano de negócio da IBM estimava vendas de 240 mil exemplares de seus PC entre 1981 e 1986, mas o sucesso de seu 5150, que alcançou esse número no primeiro ano, superou as expectativas e originou um boom comercial que acelerou a chegada da informática para os home offices.

Hoje, mesmo com o declínio dos PCs, nos EUA ainda há cerca de um computador pessoal por pessoa. AInda assim, no primeiro trimestre do ano se comercializaram 4,4% a menos de PCs comparado ao mesmo período de 2010, segundo dados da empresa de pesquisa de mercado IDC. Em artigo publicado nesta semana no blog "Building a Smart Planet", intitulado "IBM Leads the Way in the Post-PC Era", o diretor tecnológico da IBM para o Oriente Médio e África, Mark Dean, manifestou que 30 anos após trabalhar no primeiro PC, esses aparelhos ficaram defasados.

"Estou orgulhoso que a IBM decidisse abandonar o negócio dos computadores pessoais em 2005 e vendesse nossa divisão da PC para Lenovo", disse Dean. "Quando ajudei a projetar o PC nunca pensei que viveria o suficiente para ser testemunha de sua queda, mas apesar disso, os PCs continuarão sendo muito usados, vão seguir o mesmo caminho que a máquina de escrever e os discos de vinil", afirmou o engenheiro.

"Meu computador principal agora é um tablet", disse Dean, que prevê que o futuro da tecnologia vai além dos PCs, tablets e dos smartphones. "Está ficando claro que a inovação cresce melhor não nos dispositivos, mas nos espaços sociais que há entre eles, onde as pessoas e as ideias se encontram e interagem. É aí onde a computação pode ter o impacto mais poderoso", afirmou.

Revista ÉPOCA – Ciência e Tecnologia

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Sonda detecta fluxo de água em Marte

Estruturas no solo seriam formadas por água corrente, diz estudo. Descoberta é o mais perto que se chegou de detectar água líquida.

A sonda espacial Mars Reconnaissance Orbiter (MRO) encontrou evidências de que água corre em Marte durante períodos de calor, divulgou a agência espacial americana (Nasa) nesta quinta-feira (4) em um estudo publicado na revista especializada Science.

As fotografias mostram estruturas escuras e compridas no solo marciano durante a primavera e o verão do planeta. No inverno, elas desaparecem e retornam na primavera seguinte.

"A melhor explicação até agora é o fluxo de água salgada", afirma o líder do grupo que estudou as imagens, Alfred McEwen, da Universidade do Arizona.

De acordo com os pesquisadores, o fluxo de água explica a formação das estruturas. Se ela for salgada, explica por que congela mais tarde do que seria esperado. Água pura congelaria na temperatura local, mesmo no verão. A descoberta é o mais perto que os cientistas já chegaram de encontrar água líquida no planeta. Água congelada foi detectada perto da superfície em diversos pontos.

"O programa de exploração de Marte da Nasa continua nos trazendo mais perto de determinar se o planeta vermelho pode abrigar alguma forma de vida", disse o administrador da agência, Charles Bolden. (Portal G1, O Globo)

Jornal da Ciência

terça-feira, 2 de agosto de 2011

CIÊNCIA E CÓDIGO FLORESTAL - Resposta à Matéria Postada em Julho 20, 2011 – “Ciência de Apenas Um Estudo Baseou Alterações No Código Florestal”

“Ciência de apenas um estudo baseou alterações no Código Florestal”

Clique aqui para ler toda a Matéria Inteira

Esclarecimentos do autor do estudo:

No dia 15 de julho de 2011, apresentei uma palestra na 63a Reunião da SBPC, em Goiânia. Ela se intitulava “Novas Geotecnologias e o Ordenamento Territorial”, e minha intenção era apresentar poderosas ferramentas tecnológicas, hoje disponíveis para o mapeamento de terrenos. Mapeamentos acurados de terrenos são ingredientes básicos necessários para orientar o ordenamento territorial. E de fato ocupei mais da metade do tempo da palestra apresentando tais tecnologias e suas aplicações, que tem o potencial de resolver os falsos dilemas entre agricultura e conservação. Essa palestra ilustrou o que foi apresentado no Anexo I do livro O Código Florestal e a Ciência publicado pela SBPC e ABC em abril deste ano (Novas tecnologias geoespaciais para apoiar o ordenamento territorial, I aqui, II aqui, III aqui, IV aqui e V aqui). A cobertura jornalística simplesmente ignorou essa parte mais importante e cerne da minha apresentação. Ao invés, o jornalista focou de modo lamentavelmente sensacionalista na última parte da apresentação.

Porque então incluí no final da palestra as críticas ao estudo do grupo de Evaristo Miranda? Achei pertinente ao diálogo e ao interesse da Nação agregar à minha apresentação uma análise acessória que havíamos feito das áreas ripárias, de acordo com o prescrito pelo código florestal. Nesta análise, empregamos método inovador para localizar os terrenos brejosos (publicado em Nobre et al, 2011 aqui e Rennó et al, 2008 aqui), e agregamos uma abordagem nova, capaz de determinar onde estariam as faixas ripárias definidas pelo Código Florestal. Adicionamos uma variante destas medidas com a avaliação do impacto em área decorrente da redução de 30 m para 15 m nas faixas ripárias para rios até 5 m de largura (uma proposição que existia numa das versões do substitutivo Aldo Rebelo). E para terminar, procuramos simular o método empregado no estudo de Miranda et al (2008) para determinar áreas ocupadas com APP ripária. A forma como apresentei esta ultima parte privilegiou a apresentação dos métodos e dos números, mas não poupou críticas diretas ao estudo de Miranda e a forma como vejo suas conseqüências para as alterações propostas no Código Florestal. E foi nestes poucos momentos dedicados às comparações com o estudo de Miranda que o foco da matéria foi colocado. Apesar de todas as criticas formuladas terem embasamento científico, ainda a melhor crítica sempre sai do embate de números propriamente qualificados.

Embora a apresentação como fora feita passasse uma mensagem completa, com ênfase na parte propositiva de entrada, e uma pequena análise crítica no final, infelizmente as críticas ao trabalho Miranda et al (2008) acabaram inchadas na retratação jornalística. Então agrego aqui algumas explicações adicionais àquela crítica, na esperança que surtam o efeito saudável de trazer o principal à luz do diálogo, e também que possamos olhar para a frente, deixando para a história o registro do que passou. No diálogo, diferente do debate ou do embate, não existem vencedores ou perdedores. Se soubermos escutar, e colocarmos nossos pontos de vista com respeito e consideração, todos ganham.

1) É inegável que o trabalho de Miranda teve grande impacto no andamento das discussões do Código Florestal, e isso é mérito dele, de sua equipe e de seu estudo pioneiro pela abrangência. O que o Brasil precisa é que os avanços da ciência iluminem a discussão para além do que Miranda et al (2008) fizeram, e isso infelizmente não tem ocorrido, daí minhas críticas. Vale registrar que no próprio trabalho de Miranda et al (2008) encontram-se várias menções a necessidade de progresso nas análises, e que aquelas eram análises iniciais, que seriam feitas atualizações. Que eu saiba não houveram atualizações daquele grupo. O que fizemos foi seguir essa proposta, de buscar aperfeiçoamentos. E muitos outros estudos, listados em parte na revisão feita pela SBPC e ABC (aqui), já avançaram para além do que fora feito no estudo de Miranda et al (2008). No entanto não estão sendo considerados no âmbito das discussões sobre o Código Florestal no Congresso.

2) Nosso trabalho de avaliação das áreas ripárias está em preparação para publicação, e é baseado em método já publicado (Nobre et al 2011 e Rennó et al 2008). É comum que congressos científicos prestem-se como fóruns avançados para apresentação dos mais novos resultados de pesquisa, inclusive aqueles de pesquisa em desenvolvimento ou no prelo. A apresentação em meio científico demonstra abertura e convida para crítica dos pares. E não menos importante, informa a sociedade em tempo hábil, já que o processo de publicação em revistas cientificas é normalmente lento, podendo demorar varios meses.

3) - Em 2011 - a crítica que fiz na palestra refere-se a um trabalho - terminado em 2008 - (Miranda et al) e ainda não devidamente publicado - em 2011- (em revista com corpo editorial em geociências). O fundamento desta crítica tem a ver com a inexplicável omissão de partes importantes da metodologia empregada por Miranda et al (2008), uma ausência somente possível em trabalhos não publicados, já que em geral as revistas científicas exigem metodologia claramente descrita e completa.

4) Elaborei critica qualificada sobre a deficiência de uma metodologia no trabalho de Miranda et al (2008) (cômputo de áreas ripárias), algo que estudamos em detalhe. Miranda et al podem aproveitar essa nossa critica de forma construtiva, revendo seus números. O próprio trabalho deles é preliminarmente bastante crítico quanto as dificuldades metodológicas. Críticas a métodos é pratica comum em ciência, não deveria ser motivo de ofensa e sim deveriam ser aproveitadas para aperfeiçoamentos.

5) A competência efetiva de um número integrador, como o anunciado por Miranda et al em 2008 para a área total indisponível para atividades agrícolas no Brasil (71%) somente se faz pela competência e acerto das partes componentes, que somadas o compõem. Nós examinamos em detalhe um dos principais números componentes do montante por ele anunciado (APP ripária), e constatamos no número dele uma inflação de mais de 300% em relação ao número produzido com método mais aperfeiçoado, calibrado e verificado. Se levarmos esse achado em conta e voltarmos agora ao número integrador, teremos que reduzi-lo, para contabilizar a área menor ocupada por APP ripária. Esse erro signficativo nas áreas ripárias levanta dúvidas sobre métodos empregados para chegar aos demais números que compõem o total integrador daquele estudo.

6) Como a tecnologia para detectar o erro no cálculo das APPs ripárias estava ao alcance de Miranda et al (2008) [imagens de radar SRTM + algoritmo de delineação automática de cursos d’água disponível no ArcInfo + verificação em alguma area teste], e como Miranda et al (2008) até o momento parece não haver se submetido ao crivo de pares para a verificação saudável em ciência, então Miranda et al (2008) tornaram-se cientificamente vulneráveis a críticas como estas. A crítica feita por nosso trabalho não desqualifica o trabalho a priori, ou de forma subjetiva, mas reporta teste independente e substanciado. Como esse estudo em especial tem tido grande influência sobre aspectos vitais das alterações propostas para o Código Florestal, torna-se sua validade ainda mais importante para todos. Outros grupos tem testado outros aspectos do extenso estudo de Miranda et al, e a controvérsia que levanta não é nova.

7) Não obstante, é preciso dar crédito pela iniciativa pioneira em abrangência que representou o estudo do grupo de Evaristo Miranda. É algo vital para uma Nação saber de suas terras, esse conhecimento geoespacial é pré-requisito para a utilização inteligente e responsável de suas paisagens. O estudo deles despertou muitos grupos para a necessidade de mensurarmos nossos recursos, de forma cada vez mais elaborada. E também mostrou a importância e o efeito da ciência engajar-se no debate político. Toda vez que a ciência tiver certeza sobre seus números, ela poderia e deveria a meu ver colocá-los a disposição da sociedade, da forma mais objetiva e neutra possivel. E quando não tiver certeza, os números deveriam ser apresentados com todas as ressalvas que previnissem usos equivocados.

A proposta que fazemos é avançarmos como Nação, utilizando a melhor tecnologia disponível para um mapeamento competente de terrenos, que sirva efetivamente para um ordenamento territorial responsável e inteligente. A ciência tem ferramentas e métodos provados por mais de 500 anos de desenvolvimentos e aperfeiçoamentos contínuos. Da sua adoção sem reservas o Brasil tem lucrado muito em várias áreas críticas para a economia, como no próprio agronegócio. Podemos e precisamos dar um salto qualitativo que nos colocará numa liderança do século 21, através de uma agricultura produtiva e sustentável, sinergisticamente associada à nova economia dos serviços ambientais de ecossistemas naturais. Ninguém discorda destas metas, mas precisamos superar o presente rachado entre os opostos entrincheirados na agricultura ou na conservação ambiental. Eu não quis contribuir para o racha, embora a má qualidade da cobertura jornalística de minha palestra possa ter indicado o contrario. Sem melindres, gostaria de entabular um diálogo científico sério com Evaristo Miranda e seu grupo. As revistas científicas são o fórum apropriado para este diálogo. O Brasil agradecerá.

Postado por Antonio Donato Nobre

----- Original Message -----

From: Luiz Eduardo

Sent: quarta-feira, 20 de julho de 2011 16:57

Subject: [agrisustentavel] Ciência e Código Florestal

http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=78473

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Tecnologia torna genoma de US$ 1.000 possível, diz firma

Aparelhos de empresa usam tecnologia igual à de computadores pessoais. Prova de viabilidade foi ler DNA completo de guru da computação; meta será atingida em 2013, afirma cientista. Uma empresa americana acaba de detalhar, nas páginas de uma das maiores revistas científicas do mundo, sua aposta tecnológica para reduzir a apenas US$ 1.000 o preço de ler os três bilhões de "letras" do genoma humano.

"O genoma de US$ 1.000 não apenas é inevitável como é só o começo", disse à Folha o criador da nova tecnologia, Jonathan Rothberg, da Ion Torrent, subsidiária da Life Technologies que fica no Estado de Connecticut (Costa Leste dos EUA). "No ritmo de desenvolvimento atual da Ion, vamos atingir o genoma de US$ 1.000 em 2013 e continuaremos a fazer o custo cair nos anos seguintes", afirma.

Para mostrar que não estão brincando, os pesquisadores da empresa escolheram como "cobaia" ninguém menos que Gordon Moore, 82, fundador da fabricante de chips Intel. Ele é autor do postulado segundo o qual a capacidade de processamento dos computadores dobra a cada dois anos, em média. A decisão de ler o genoma completo de Moore é simbólica porque, para a equipe da Ion Torrent, a chamada lei de Moore também vai começar a valer para os leitores de DNA, cada vez mais potentes. Além disso, a tecnologia usada nos novos aparelhos é quase idêntica à de qualquer computador ou smartphone de hoje. Não depende da decifração das "letras" químicas do DNA usando luz, que torna o processo mais trabalhoso e caro com os aparelhos mais comuns hoje.

"O dr. Moore concordou em nos ajudar porque quer que as pessoas se sintam confortáveis com a tecnologia", diz Rothberg. Versões menos potentes da máquina da Ion Torrent já estão à venda. Especialistas veem técnica com empolgação e cautela - "Eu quero um desses para mim, a qualquer preço", brinca Sergio Verjovski-Almeida, médico e bioquímico do Instituto de Química da USP, ao comentar os novos sequenciadores de DNA. Para Verjovski-Almeida, a leitura do DNA sem a necessidade de usar luz e obter imagens para distinguir uma "letra" química da outra "aumenta muito a possibilidade" de que a empresa americana alcance a meta do genoma "a preços populares".

No novo procedimento, a leitura é apenas química e elétrica. A máquina consegue distinguir uma letra química da outra porque bateladas de cada uma delas são colocadas separadamente no aparelho, explica Sandro José de Souza, do Instituto Ludwig de Pesquisa do Câncer.

Assim, elas se ligam às suas parceiras específicas presentes no DNA original, produzindo um sinal químico (mudança da acidez no meio) que é convertido em sinal elétrico e em dado eletrônico. Apesar de seu interesse pela nova técnica, Verjovski-Almeida aponta que a necessidade de preparar as amostras para a passagem pelo sequenciador ainda pode tornar o processo relativamente lento. Se essa preparação for muito intensiva, as vantagens competitivas da tecnologia da Ion diminuem, afirma.

Cedo demais - Sandro José de Souza, biólogo do Instituto Ludwig de Pesquisa sobre o Câncer, afirma que as versões mais simples dos sequenciadores da Ion andam tendo boa aceitação por parte das instituições de pesquisa, mas ainda apanham diante de tarefas mais complexas, como um genoma humano inteiro.

"A promessa deles é ir aumentando a capacidade dos chips, o que de fato pode fazer a diferença, mas outras máquinas hoje os superam", afirma o pesquisador. Souza diz que é cedo para dizer se a nova tecnologia vai triunfar na corrida pelo genoma de US$ 1.000. "As coisas estão mudando de maneira muito rápida".

(Folha de São Paulo)

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Cultivar de arroz produzida pela Embrapa e BASF chega ao mercado em agosto

20/07

Produtores gaúchos poderão contar com mais uma arma no combate ao arroz vermelho a partir do próximo mês – quando começa a preparação da safra 2011/12
O arroz BRS Sinuelo CL é fruto de mais uma parceria entre a BASF, empresa química líder mundial, e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a principal companhia brasileira de pesquisa e tecnologia agrícola. A nova cultivar, que se destaca principalmente pelo combate à praga do arroz vermelho, está em fase final de produção de sementes e chegará ao mercado a partir de agosto. “Para a safra 2011/2012, prevista para ser iniciada em setembro, a nova cultivar adaptada ao Sistema de Produção Clearfield® terá o papel de ajudar os orizicultores gaúchos a se livrarem da infestação do arroz vermelho. A planta invasora causou diversos prejuízos no Rio Grande do Sul nas últimas décadas”, alerta o pesquisador Ariano Magalhães, da Embrapa Clima Temperado (Pelotas/RS).
Em reunião técnica realizada em Pelotas no último dia 6 de julho, representantes de empresas sementeiras responsáveis em multiplicar as sementes da cultivar apresentaram as características do BRS Sinuelo CL que trarão vantagens ao agricultor: a excelente produtividade - principalmente na região da Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul -, a resistência ao acamamento de plantas, às principais doenças do arroz e ao degrane, a ausência de pilosidade, melhor reação a problemas de toxidez por ferro.e, ainda, a qualidade do grão e rendimento industrial. Além dos sementeiros, participaram do evento a equipe da BASF e pesquisadores da Embrapa, que discutiram os resultados obtidos, informações relevantes ao manejo desta cultivar e estratégias de comercialização de sementes para a safra 2011/12.
A variedade foi desenvolvida para o Sistema Clearfield®. Neste modelo, o arroz está preparado para receber doses do herbicida Only®, que combate o arroz vermelho e preserva as plantas produtoras. Testes de campo feitos nas seis principais regiões produtoras de arroz do Rio Grande do Sul apontam para uma produtividade média de 8,3 mil kg/ha. As sementes do arroz foram produzidas em 13 propriedades espalhadas pelo território gaúcho, em um total de 800 hectares.
A realização do encontro serviu para trocar informações sobre o manejo e produção da nova cultivar. A partir dos resultados obtidos na safra 2010/2011, é possível ter boas expectativas para a próxima safra. “Com a introdução de mais esta cultivar para o Sistema Clearfield® na safra 2011/12, os produtores de arroz terão mais uma alternativa não só para o controle do arroz daninho, mas também para o escalonamento da época de colheita, em função da duração de ciclo diferenciado em relação às demais variedades com características de resistência ao herbicida Only®”, completa o gerente de projetos Clearfield® da BASF, Airton Leites. Arroz Vermelho - O arroz vermelho é uma planta da mesma espécie do arroz cultivado, com coloração avermelhada cuja presença diminui a qualidade física do arroz produzido. Ao se reproduzir dentro de uma lavoura de arroz, afeta a produtividade da área, tornando-se uma planta invasora com alto nível de proliferação. Embrapa - O conhecimento gerado pela Embrapa, desde a criação da empresa em 1973, tem sido decisivo para agricultura brasileira e para a posição de destaque que o Brasil hoje ocupa no cenário agrícola mundial. O Brasil e a Embrapa são referências em tecnologias para a agricultura tropical. O país é um dos líderes mundiais na produção e exportação de vários produtos agropecuários e as projeções indicam que também será, em pouco tempo, pólo mundial de produção de biocombustíveis, feitos a partir de cana-de-açúcar e óleos vegetais. Graças a essa posição no cenário mundial, o país passou a influir decisivamente no preço e no fluxo de alimentos e outras commodities agrícolas.
A visão de futuro, o forte investimento na formação de recursos humanos e a capacidade de estar em sintonia com o avanço da ciência fazem com que a Embrapa possa contribuir para que o Brasil esteja posicionado na fronteira do conhecimento, em temas emergentes como agroenergia, créditos de carbono e biossegurança e em áreas como biotecnologia, nanotecnologia e agricultura de precisão. No caso específico da biotecnologia, a atuação da Embrapa tem sido fundamental tanto no desenvolvimento de produtos e processos quanto em planejamento e avaliação de riscos.
Divisão de Proteção de Cultivos da BASF - Com vendas de € 4.033 milhões em 2010, dos quais € 1.030 milhões são da Região América Latina, África e Oriente Médio, a Divisão de Proteção de Cultivos da BASF é uma das líderes em defensivos agrícolas e uma forte parceira da agroindústria ao fornecer fungicidas, inseticidas e herbicidas altamente estabelecidos e inovadores. Os agricultores usam os produtos e serviços da BASF para melhorar a rentabilidade e a qualidade de suas colheitas. Os produtos da BASF também são usados em saúde pública, controle de pragas estruturais/urbanas, plantas ornamentais e gramados, controle de vegetação e silvicultura. A BASF tem por objetivo transformar conhecimento em sucesso imediato. A Divisão de Proteção de Cultivos da BASF visa ser a empresa líder em inovações, otimizando a produção agrícola, melhorando a nutrição e, desta forma, aumentando a qualidade de vida da população mundial em constante crescimento. www.agro.basf.com.br.
BASF Brasil 100 anos. Transformando a química da vida. 2011: Ano Internacional da Química – Química para um mundo melhor- O ano de 2011 é coincidentemente marcado por dois importantes acontecimentos no mundo da ciência: os 100 anos da BASF no Brasil e na América do Sul e o Ano Internacional da Química, decretado pela UNESCO, órgão de educação das Organizações das Nações Unidas, com a participação da IUPAC (União Internacional de Química Pura e Aplicada) e homenagem ao centenário do Prêmio Nobel de Química concedido à franco-polonesa Marie Curie, que visa ampliar a consciência da população sobre a importância da Química para o a melhoria da qualidade de vida e a saúde das pessoas, assim como sobre a importância da Química em todo o ambiente humano. Neste mesmo contexto, o centenário da BASF na região é celebrado com a sensibilização sobre contribuição da química para o desenvolvimento da sociedade, tendo as megatendências globais como motivadores para suas inovações. Química é transformar o que já existe, é criar o novo, é melhorar a qualidade de vida das pessoas.
Perfil-A BASF é a empresa química líder mundial: The Chemical Company. Seu portfólio de produtos oferece desde químicos, plásticos, produtos de performance e produtos para agricultura até petróleo e gás. Como uma parceira confiável, cria a química para ajudar seus clientes de todas as indústrias a atingir ainda mais o sucesso. Com seus produtos de alto valor e soluções inteligentes, a BASF tem um papel importante para encontrar respostas a desafios globais como proteção climática, eficiência energética, nutrição e mobilidade. A BASF contabilizou vendas em mais de 63,9 bilhões de euros em 2010 e contava, aproximadamente, com 109.000 colaboradores no final do ano. Mais informações sobre a BASF estão disponíveis no endereço www.basf.com ou nos perfis corporativos da empresa no Facebook (BASF Brasil) e no Twitter (@BASF_brasil).
As vendas na América do Sul totalizaram, aproximadamente, €3.8 bilhões de euros em 2010 (Esse resultado abrange os negócios realizados pelas empresas do Grupo na região, incluindo a Wintershall - empresa situada na Argentina, voltada a produção de óleo cru e gás). Na América do Sul, a BASF contava com mais de 6.000 colaboradores em 31 de dezembro de 2010.

Revista Fator

sexta-feira, 15 de julho de 2011

BASF cria diretoria dedicada à biotecnologia vegetal

14/07/11 - 11:31 

O desafio é aumentar o número de projetos para culturas geneticamente modificadas na América Latina

A Unidade de Proteção de Cultivos da BASF criou uma diretoria dedicada à biotecnologia. A nova área será denominada BASF Plant Science Brasil e tem como desafio aumentar o número de projetos com culturas geneticamente modificadas “Por volta do ano 2000 a BASF começou a trabalhar com biotecnologia vegetal na América Latina, agora com esse novo status de diretoria a empresa vem consolidar seu comprometimento com o setor ”, destaca o diretor da BASF Plant Science Brasil, Luiz Carlos Louzano. O executivo explica que a América Latina, especialmente países como Argentina e Brasil, tem grande potencial para suprir a crescente demanda mundial por alimentos. Ele acredita que neste contexto a área de biotecnologia vegetal é uma das ferramentas fundamentais que trará avanços tecnológicos significativos para que o agricultor principalmente na area de aumento de produtividade por hectare, ou seja, produzir mais na mesma área.

L. Louzano também já atuou nas áreas de desenvolvimento de gerência de marketing para produtos agroquimicos. O executivo é formado em engenharia agronômica (ESALQ-USP) e possui MBA em Marketing (Columbia University e COPPEAD). Louzano era responsável por gerenciar o departamento de biotecnologia para América Latina. Com a mudança do desenho da área, o executivo terá como desafios a a busca de novos projetos para a região, o que inclui a necessidade de capacitação e formação de profissionais para atuar no setor de biotecnologia vegetal. “A pesquisa feita nos laboratorios tem que se transformar em produtos que auxiliem o agricultor. O sucesso do agricultor é nosso objetivo final. Sabemos que esse processo é longo e dispendioso e precisamos de profissionais altamente capacitados para podermos chegar lá. Para desenvolver um projeto nessa area é fundametal ter profissionais experientes em desenvolvimento a campo, em regulamentaçao e em stewardship (programa de qualidade). Sem esses três pilares não se faz biotecnologia” finaliza Louzano.

No Brasil, o Sistema de Produção Cultivance® desenvolvido em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) se destaca como um dos principais projetos de biotecnologia da empresa. A primeira soja geneticamente modificada brasileira é tolerante ao herbicida da BASF e atuará como alternativa para manejo de resistência de plantas daninhas. O sistema estará disponível para comercialização a partir da safra 2012/13.
Outro projeto de biotecnologia desenvolvido pela BASF no país refere-se ao desenvolvimento de variedades de cana-de-açúcar tolerantes à seca, em parceria com o CTC - Centro de Tecnologia Canavieira. A expectativa é de colocar no mercado, na próxima década variedades de cana-de-açúcar 25% mais produtivas.

Alem desses projetos com culturas geneticamente modificadas a BASF já tinha lançado o Sistema de Produção Clearfield®. Trata-se do arroz tolerante o herbicida Only®, usado no manejo do Arroz Vermelho, principal planta daninha infestante das lavouras de arroz irrigado.

As informações são da assessoria de imprensa da BASF.

Agrolink

terça-feira, 12 de julho de 2011

Inseminação aumenta qualidade de rebanho

Sêmen selecionado deverá ampliar a produção leiteira e a qualidade de vida de rebanhos bovinos no CE

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Rebanhos bovinos recebem tecnologia de inseminação com sêmens selecionados desenvolvendo a qualidade de vida dos animais de olho na produção leiteira / FOTOS: ALEX PIMENTEL

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Bovinocultura

Os resultados alcançados no primeiro ano do programa são comemorados. As novilhas com melhorias genéticas começam a circular pelas pequenas propriedades da região. O Sítio Carnaúbas, a pouco mais de 10Km do Centro da cidade, é uma delas. O pequeno pecuarista Paulo Regis Pinheiro Landim comemora com o filho Kelyson o nascimento da bezerra de sua vaca mais valiosa, a Palmeiras. A cria nasceu faz quatro meses. Pelos cálculos do técnico agropecuário da SDR, Clerton Josino Silva, o processo deverá começar a dar resultados nas pontas das tetas das vacas dentro de meio, período necessário para as primeiras matrizes atingirem a fase adulta e com ela a lactação. A perspectiva de produção média de cada animal deve pular de 6kg para 15kg de leite por dia. A comparação é feita nessa unidade de medida apenas para arredondamento de números. Segundo ele, um litro de leite equivale a 1,34Kg. Para garantir boa produção, os criadores devem ter mais atenção à alimentação, calendário de vacinas e situação sanitária dos animais.

Para o técnico, com mais de uma década de atividades na assistência a bovinocultura, uma das principais doenças sofridas pelo gado leiteiro, a mastite ou inflamação das glândulas mamárias, deve ser praticamente erradicada com a associação dos dois processos: a inseminação com melhoramentos genéticos e os cuidados habituais no campo. Em razão da espécie apresentar, aparentemente, pouco reflexo em relação à dor, a inflamação é quase insuportável, deixa o animal inquieto.
Sobre o ciclo de fecundação e reprodução, o técnico responsável pelo programa de inseminação no Município, veterinário João Alves Júnior, explica variar de acordo com a raça. Em média, o período do animal apto a copular é de 12 horas. Caso a inseminação não seja feita nesse espaço de tempo a fêmea estará no cio novamente dentro de 21 dias. Mas para o sucesso desse ciclo se faz necessário ter um bom rufião, um animal macho, um touro.

NOVAS TECNOLOGIAS

SDA visa à melhoria da produção leiteira

O supervisor de Núcleo de Bovinocultura, da Coordenadoria de Apoio às Cadeias Produtivas da Pecuária da SDA, veterinário Amorim Sobreira, informa que desde 2009 foram distribuídos 50 kits de inseminação. Além de Solonópole, Fortim, General Sampaio, Itapajé, Paracuru, Pedra Branca e Russas atingiram 100 % da vacinação do rebanho contra a febre aftosa. Os demais municípios foram contemplados através do programa de incentivo à produção de leite, desenvolvidos por associações de produtores rurais. Este ano, o Governo pretende distribuir mais 40 kits.
A SDA investiu R$ 104 mil nos 50 kits distribuídos nos municípios cearenses. Cada botijão, de aço forjado, tem capacidade para 20 litros de nitrogênio, o suficiente para conservar em média 100 doses de sêmens, quantidades das raças leiteiras Gir Leiteiro, Pardo Suíço e Holandês, fornecidas pela SDA no kit. Todo o material e fornecido sem qualquer custo para as prefeituras.

Custo

No entanto, para manter o nível químico - não podendo ficar abaixo dos 15 centímetros definidos na régua de medição do kit - a SDS de Solonópole faz a reposição do gás liquefeito, que custa em média R$ 200,00. O sêmen está sendo reposto através de parceria formada com uma empresa especializada, a Alta Genetics. O custo médio é de R$ 20,00 por cada dose, suficiente para uma inseminação.

Sobre o programa, o técnico da SDA explica ter sido levada em consideração a necessidade de aumento da produção de leite pelos produtores da agricultura familiar visando dar suporte ao Programa leite Fome Zero no Estado. Um dos caminhos para a ampliação da produção passa pelo Melhoramento Genético do rebanho, pois este seguimento dos produtores de leite possui, segundo dados estatísticos (IBGE, 2009), um dos menores índices de produtividade (aproximadamente 3 litros/vaca/dia). Atualmente a produção para o Fome Zero é de 58 mil litros por dia. A demanda necessária é de 100 mil. Por esses motivos a SDA pretende dar continuidade ao programa de Melhoramento Genético iniciado em 2008. Cada grupo contemplado com os equipamentos de inseminação também recebeu curso de capacitação. Sonolópole acredita na proposta. Atualmente produz 26 mil litros/dia. Dentro de dois anos pretende chegar aos 50 mil por dia. Hoje, o litro é vendido a R$ 0,65. Os pecuaristas contam com um tanque de resfriamento mantido pela Prefeitura.

MAIS INFORMAÇÕES

Secretaria de Desenvolvimento Rural de Solonópole
Rua José Carlos Freire Machado, S/N
Telefone: (88) 3518.1223

Investimento público é destinado para a inseminação e a vacinação, além da melhoria genética do rebanho

Solonópole Apostando na sua principal vocação produtiva e econômica, a Pecuária, há pouco mais de 12 meses a Prefeitura de Solonópole resolveu implantar um programa de inseminação artificial em bovinos neste Município da mesorregião dos sertões cearenses. O processo elimina o risco de transmissão de doenças por parte do reprodutor no coito natural como a brucelose e a tricomoníase e melhora a resistência dos novilhos. Além dos benefícios à saúde dos animais, o melhoramento adquirido com manipulação genética pode elevar produção de leite das crias em pelo menos 50 % acima da média de 12 litros/dia no pico de lactação.
Para contar com o benefício do programa de inseminação artificial, os produtores foram obrigados a atender alguns critérios estabelecidos pela Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR) do Município. Aceitar a assistência técnica e veterinária; fazer o armazenamento da forragem em forma de silagem ou fenação; a escrituração zootécnica das vacas inseminadas; a mineralização da alimentação do rebanho; ter um brete coberto para a manipulação da inseminação; um rufião para identificação do cio; disponibilidade para as reuniões, ainda a bovinocultura leiteira como principal atividade e a vacinação de acordo com o calendário.
Segundo o titular da SDR, Antônio Guedes de Sousa, cumprindo exatamente uma das primeiras exigências de sua secretaria, o calendário de vacinação estabelecido pelo Governo do Estado, o Município conquistou seu primeiro kit de inseminação artificial. Em 2009, 100% do gado foi imunizado contra a febre aftosa. O botijão de nitrogênio com 100 doses de sêmen de reprodutores selecionados chegou em maio de 2010. De lá para cá 57 vacas já foram inseminadas. Seis reses nasceram. Mais uma deverá nascer nesta semana. O rebanho local é estimando em 25 mil cabeças.

Fonte: Canal do Produtor > Diário do Nordeste